O Rio Grande do Sul é um dos berços históricos do movimento operário brasileiro. Na cidade do Rio Grande, por exemplo, foram fundadas a Sociedade União Operária, em 1892, e um efêmero Partido Socialista Rio-grandense, em 1897.
Com seu jornal Echo Operário, dirigido pelo militante de origem portuguesa Antônio Guedes Coutinho, o Partido Socialista Rio-grandense chegou inclusive a participar das eleições de 1898 e 1900.
A
primeira greve geral de Porto Alegre, deflagrada em 1906 pelo estabelecimento
da jornada de oito horas diárias de trabalho, foi dirigida por anarquistas
e socialistas – entre estes últimos estava o líder negro e gráfico Francisco
Xavier da Costa, um dos fundadores do Partido Socialista Rio-grandense.
Como
no restante do país, as condições para o estabelecimento de um partido socialista
e democrático no Rio Grande do Sul eram extremamente desfavoráveis na primeira metade
do século 20.
Em nível nacional, tínhamos, de
um lado, os setores conservadores aliando-se cada vez mais a um projeto de poder
autoritário que desembocou no Estado Novo (1937-1945); de outro, um Partido
Comunista forte, mas completamente alinhado às diretrizes da III Internacional,
cujo partido dirigente, o Partido Comunista da União Soviética, distorcia gravemente
o caráter libertário do socialismo, transformando-o em totalitarismo, e fazia o
movimento operário internacional refém dos interesses do
Estado soviético.
Em
nível regional, o Rio Grande do Sul era uma sociedade pastoril e ultraconservadora,
constituindo-se em um poderoso obstáculo para a disseminação de ideias e
práticas progressistas.
O jornal Echo Operário foi fundado em 1898 e dirigido por Antônio Guedes Coutinho,
integrante do Partido
Socialista Rio-Grandense, embrião do atual PSB. (Foto: reprodução)
Fonte: Livro - A História do PSB no Rio Grande do Sul