Autoridades e representantes de entidades e agricultores
reforçaram a urgência de melhorias nos serviços de Internet e telefonia no Vale
do Paranhana, especialmente em Rolante e Riozinho. Além da dificuldade geral de comunicação, a
precariedade de sinal dificulta atendimentos de saúde, freia a expansão de
empresas, prejudica os agricultores, trava o crescimento do turismo, afeta a
segurança pública, interfere na educação escolar e inviabiliza o ensino à
distância. Órgãos de regulação, defesa do consumidor e empresas também
participaram.
A reunião da Comissão Mista Permanente de Defesa do
Consumidor e do Contribuinte e Participação Legislativa Popular da Assembleia
Legislativa, presidida pelo deputado Elton Weber, ocorreu nesta quarta-feira
(4), em Porto Alegre. O principal encaminhamento é a cobrança do cronograma de
acesso à tecnologia 5G no Estado, especialmente nas comunidades rurais. Parte delas
hoje ainda tem cobertura apenas de 2G ou 3G no Vale do Paranhana. Dados indicam
que 800 propriedades rurais não possuem sinal e outras mil propriedades acessam
sinal fraco na região.
De acordo com Stevan Grubisic, gerente regional da Anatel no
Rio Grande do Sul, as empresas têm até 2030 para colocar o 5 G para todo o
país, de forma escalonada. Alguns distritos rurais do Vale do Paranhana, como o
de Boa Esperança, em Rolante, estão nesta lista, mas sem previsão de quando
isso acontecerá, segundo os representantes da VIVO, TIM e Claro.
Outras duas sugestões foram encaminhadas por Weber: A
realização de levantamento de casos de pessoas que pagam e não recebem o sinal
contratado, o que será feito pelo Procon da região e poderá basear uma ação
pública, e o envolvimento da Casa Civil nos esforços pela antecipação do
cronograma do 5G no Rio Grande do Sul.
“Nada é tão fixo que não possa ser modificado. As pessoas estão
desamparadas e faz muito tempo.
Precisamos agir ”, explica o deputado Weber, que pretende incluir a
pauta nas agendas que terá nas próximas semanas em Brasília.
Autoridades locais sugerem torre para melhorar sinal
Entre as sugestões de melhorias imediatas feitas durante a
reunião está a colocação de uma torre para que o sinal chegue a inúmeras
comunidades de Rolante e Riozinho. O prefeito de Riozinho Alceu Marcos Pretto
enfatizou que o problema é prioridade. “A gente espera que tenhamos avanços,
perspectivas de solução”. Já o
presidente da Câmara de Vereadores de Rolante, Elcio Reichert enfatizou que
esse é um problema de todos. “Todo mundo perde, os agricultores que perdem, o
turismo perde, as empresas perdem”, resumiu.
De acordo com o vice-presidente do Sindicato dos
Trabalhadores na Agricultura Familiar de Rolante e Riozinho, Elton André Dürr,
existe dificuldade até para pedir socorro numa emergência. Presidente da
Associação do Comércio Indústria, Serviços e Agropecuária de Rolante e
Riozinho, Jorge Alberto Ramos de Souza, cobrou sensibilidade das empresas.
Inconformado, o coordenador do FGTAS/SINE e do PROCON de Rolante, Adão Kolowski
questionou: “Como reparar esse consumidor que está sendo lesado porque não
recebe mais do que 30% do sinal pelo qual pagou”?
Fonte: Patrícia Meira Cardoso - AL/RS