Brasileiros pagaram mais de R$ 40 bi em taxas na conta de luz, em 2022

14/04/2022 (Atualizado em 14/04/2022 | 13:05)

Redução de taxas criaria mais de 12 milhões de empregos. Imagem: Getty Images
Redução de taxas criaria mais de 12 milhões de empregos. Imagem: Getty Images


De acordo com a Associação dos Grandes Consumidores Industriais de Energia (Abrace), os brasileiros pagam R$ 12 bilhões na conta de luz todos os meses em impostos e encargos. Apenas em 2022 já foram R$ 40 bilhões e consume ¼ da renda das famílias.

Nos últimos quatro anos, a entidade identificou aumento de 47% nas taxas embutidas nas contas.

O que explica, em parte, o Brasil ter o segundo maior custo de energia do mundo por pessoa. Fica atrás apenas da Colômbia.

“São muitos os canais pelos quais o dinheiro flui no setor elétrico e alimenta um conjunto de ações que não deveria estar na conta de energia. O setor elétrico se converteu quase em um orçamento paralelo da União”, afirma Paulo Pedrosa, presidente da Abrace.

Os valores cobrados pesam muito mais no bolso dos brasileiros do que em outros países que tem renda per capita mais alta, como Estados Unidos e Canadá.

Até o final do ano serão R$ 144,9 bilhões. O valor é maior que o orçamento do Ministério da Educação, estimado em R$ 137,2 bilhões, em 2022.

Sobretaxação

De acordo com a Abrace, metade do que é pago nas contas de luz não é energia elétrica.

A entidade pontua que apenas 53,5% do valor da conta está ligada à geração, transmissão e distribuição da energia elétrica. O restante é cobrança de taxas que direcionadas para políticas públicas, impostos, ineficiências do setor e subsídios que não raro não têm relação alguma com energia elétrica.

“A sociedade paga e paga muitas vezes. Toda vez que um brasileiro compra um frango congelado, uma camiseta ou um caderno para o filho levar para a escola está pagando a energia embutida naqueles produtos. Hoje em dia, numa família, um quarto do que ela gasta por mês é com energia”, afirma Pedrosa.

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A entidade afirma que a redução de 50% no custo de energia e gás natural do país proporcionaria a geração de 12,4 milhões de novos empregos em 10 anos e representaria 1,1% de crescimento do PIB ao ano.

PSB defende diversificação das fontes de energia

“O Brasil já é importante referência mundial na produção diversificada e no uso de energias limpas e renováveis, 46,1%, contra a média mundial de 14,2%, na matriz energética global”, afirma o PSB em sua Autorreforma.

A partir dessa vantagem competitiva, avaliam os socialistas, o Brasil poderá se constituir numa liderança mundial para resolver o problema da demanda crescente de recursos e do seu esgotamento.

“As fontes de energia solar, hídrica, de biomassa, das marés e a eólica têm as duas principais características desejáveis do desenvolvimento sustentável, no atual estágio de restrições econômicas, sociais e ambientais. São fontes limpas e renováveis de energia”, ressaltam no documento.

“A parcela de energia renovável, no suprimento total de energia, está se expandindo e pode contribuir para o crescimento da renda, do emprego e do acesso dos pobres à energia limpa, o que pode ser um vetor para se atingir de forma mais rápida as metas do desenvolvimento sustentável”, pontuam os socialistas na Autorreforma

Com informações do IG e g1

Fonte: Socialismo Criativo