PSB reforça pacto contra intolerância religiosa

28/03/2022 (Atualizado em 28/03/2022 | 16:12)

O presidente nacional do PSB, Carlos Siqueira, o recém-filiado, Babalorixá Diego Airá (Imagem: Reprodução/Chico Ferreira)
O presidente nacional do PSB, Carlos Siqueira, o recém-filiado, Babalorixá Diego Airá (Imagem: Reprodução/Chico Ferreira)


ato de filiação do ex-governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, e de outros novos membros ao PSB, na última quarta-feira (23), reafirmou o pacto socialista no combate a intolerância religiosa no Brasil. A cerimônia de boas-vindas aos neofiliados recebeu, entre diversos outros nomes, a filiação do sacerdote candoblecista e militante das causas de direitos humanos, Babalorixá Diego Airá.

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Para o líder religioso, adentrar na legenda socialista é uma oportunidade dos fiéis de religiões minoritárias e marginalizadas serem “ouvidos” e “manterem diálogo com as lideranças e com o Executivo”.

“Para mim, que sou Babalorixá e pertenço a uma religião tida como minoritária e, talvez, a mais massacrada no país, ainda mais neste desgoverno que temos vivido, é muito importante ter um apoio, um respaudo institucional, de um partido como o PSB”, declarou durante entrevista.

No Brasil, grande parte dos ataques de ódio tem como alvo pessoas e comunidades de terreiro, vinculadas às religiões de matriz africana, mesmo apenas 0,3% da população brasileira se declarar seguidora dessas crenças, segundo dados do censo oficial de 2010, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Segundo a Ouvidoria Nacional de Direitos Humanos (ONDH), do Ministério da Mulher, Família e Direitos Humanos (MMFDH), no ano passado foram registradas 571 denúncias de violação à liberdade de crença, mais do que o dobro (243) das denúncias registradas em 2020.

O militante também alerta para a necessidade do resgate destas pautas em frente à forte falta de comprometimento do governo de Jair Bolsonaro em abordar medidas importantes para as minorias e a garantia da laicidade no país. Para ele, “resistir e persistir” contra os ataques endossados pelo mandátario é “sinônimo da existência destas comunidades”.

O presidente nacional da sigla, Carlos Siqueira, também reiterou que PSB, por sua longa tradição de luta e militância pelas causas dos direitos humanos, combate toda e qualquer manifestação de intolerância, tenha ela caráter de gênero, orientação sexual, raça ou religião.

PSB em defesa da liberdade religiosa

Em seu processo de Autorreforma, que está em curso na legenda socialista, o partido entende que a liberdade religiosa é “defendida como base da garantia do direito da livre prática das manifestações religiosas” e que o PSB “recrimina qualquer ação de intolerância religiosa”.

“O PSB deve defender que as pautas religiosas e as pautas políticas sejam distintas, apesar de suas interconexões. A liberdade religiosa é defendida pelo PSB como base da garantia do direito juridicamente instituído da livre prática dos cultos religiosos, em destaque das religiões de matriz africana. Defendemos também, nesse sentido, a criminalização da intolerância religiosa”, destaca.

Além disso, a sigla defende a manutenção e garantia a laicidade do Estado brasileiro e respeitar o “diálogo com todas as correntes religiosas e os contingentes não religiosos”.

“O caráter laico do PSB não se traduz em indiferença ou aversão às religiões e filosofias, mas, sim, no máximo aproveitamento dos valores de humanidade, generosidade e igualdade, presentes em todas elas”, defende.

Socialistas na defesa da democracia

Mais de 400 pessoas participaram da solenidade de filiação, na última quarta-feira (24), em Brasília.

“Nós vivemos hoje um dos momentos mais graves da vida nacional, dois pesadelos assombram o país: a violência e a miséria. O Brasil tem uma dívida social com sua população e isso piorou enormemente nos últimos anos, essa é a razão de estarmos aqui, no PSB, partido da esperança que tem em sua história nomes como o de João Mangabeira, Miguel Arraes e Eduardo Campos. O que nos consola é saber que não enterramos grandes homens e mulheres, nós semeamos, semeamos as suas ideias e lutas”, declarou Alckmin.

No mesmo evento, dezenas de novos filiados ao partido, como o senador Dario Berger (SC), o vice-governador do Maranhão, Carlos Brandão, e o advogado Augusto Botelho, do Grupo Prerrogativas.

“A contribuição que Alckmin poderá dar na sucessão presidencial vai muito além do que alguns estão pensando. É pela sua eficiência, honradez, capacidade política. Um homem que merece todo o respeito da nação e que vai contribuir muito para a gente virar essa página da história”, ressaltou o presidente do PSB, Carlos Siqueira.

Fonte: Socialismo Criativo