Em filiação de Alckmin, Carlos Siqueira defende união e horizontes largos para defender a democracia e derrotar Bolsonaro

24/03/2022 (Atualizado em 24/03/2022 | 14:20)

Foto: Divulgação
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O presidente nacional do PSB, Carlos Siqueira, abonou a ficha de filiação do ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin ao partido nesta quarta-feira (23), em um grande ato realizado na sede da Fundação João Mangabeira (FJM), em Brasília. Mais de 400 pessoas participaram do evento.

Também ingressaram nas fileiras socialistas outras dezenas de lideranças políticas e sociais, entre elas o vice-governador do Maranhão, Carlos Brandão, que assumirá a cadeira do Executivo estadual em 31 de março, após a saída do atual governador Flávio Dino (PSB), e o senador Dário Berger, pré-candidato ao governo de Santa Catarina.

Em seu discurso, Siqueira disse que a disputa eleitoral não se resume a um embate entre esquerda e direita, mas sim a uma “disputa entre a democracia e o arbítrio, entre a civilização e a barbárie, entre manter o país em condições inaceitáveis no âmbito econômico, político e social ou tirar o país dessa situação e virar essa página da história”. O socialista criticou a falência do sistema político, que embora tenha produzido conquistas sociais relevantes, se deteriorou e fez chegar à presidência da República uma “figura nefasta” como Jair Bolsonaro.

“Essa anomalia precisa ser encerrada. E, para isso, as forças progressistas terão e estão tendo a largueza, a compreensão, começando pelo nosso partido, de estar à altura dos desafios que o momento político exige do nosso país. E estar à altura significa dizer e reconhecer que nós não somos força suficiente para ganhar a eleição presidencial sozinhos, que nós precisamos alargar os horizontes e o espectro político, agregar forças, unir os homens e mulheres que tomem fileiras pela defesa da democracia, da liberdade, dos direitos sociais do povo brasileiro, pelas mudanças do sistema político, que é uma das teses essenciais que provocou a Autorreforma do PSB”, disse Siqueira, referindo-se ao processo de atualização do programa e do manifesto do partido, datado de 1947.

O presidente do PSB destacou a importância de todos os novos filiados ao PSB, simbolizados pelo ingresso de Alckmin ao PSB, que definiu como “uma figura excepcional da vida política brasileira”. “A contribuição que o governador Alckmin poderá dar nessa sucessão presidencial vai muito além daquilo que todos estão pensando, pela sua eficiência, pela sua honradez, sua capacidade, sua longa história na vida política, por ser um homem que merece todo o respeito da nação e que vai contribuir muito para que possamos virar essa página da história”, pontuou.

O presidente da Fundação João Mangabeira (PSB), Márcio França, celebrou a chegada dos novos filiados e afirmou que eles dão “um ânimo” às pessoas que estão “muito desanimadas” com a política.

“As filiações de todos que vão encarar conosco a disputa eleitoral é um ânimo porque sabemos o nosso lado que é o da democracia, onde as pessoas respeitam as oportunidades e querem ter liberdade, igualdade e oportunidade, que é um lema importante para todos nós. Nosso Brasil e nossa população precisam desse ânimo, as pessoas estão muito desanimadas e acima de tudo política é esperança. E o ato de filiação de vocês hoje devolve essa esperança para a população”, afirmou.

Representando os governadores socialistas, Renato Casagrande (PSB-ES), Flávio Dino (PSB-MA) e João Azevêdo (PSB-PB), o governador Paulo Câmara deu as boas-vindas a Alckmin e aos novos filiados, e afirmou estar feliz em ver que “o partido que está unido em torno da candidatura de Lula, está aumentando e recebendo figuras muito representativas da política brasileira.”

“Estamos vivendo um momento de muita esperança e de muita responsabilidade. O PSB tem acompanhado e lutado muito nos últimos anos contra tantos retrocessos que vemos acontecer no país. Estamos diante de retrocessos sociais que achávamos que não veríamos mais. Vemos um Brasil sem rumo, que precisa ser urgentemente reconstruído, o que o PSB apresenta é um momento de reflexão. Temos que nos unir para reconstruir o país.”

O líder do PSB na Câmara Federal, Bira do Pindaré (MA), deu as boas vindas ao novos filiados em nome da bancada socialista e relembrou aos presentes que o PSB está na raiz da história política do país.

“O PSB tem muita clareza dos desafios atuais e o maior deles é derrotar o bolsonarismo que destrói nosso país em todas as dimensões. Temos a grande tarefa de unir todos que integram o campo democrático para virar esta triste página da nossa história”, afirmou.

O prefeito do Recife, João Campos, definiu a decisão do ex-governador Alckmin de ingressar no PSB com a palavra “largueza” e lembrou de uma frase proferida pelo seu pai, o ex-presidente do PSB Eduardo Campos, que dizia que “a vida não deve ser medida pelo comprimento, mas sim pela largura”.

“Alckmin está sendo largo no sentido de estar pensando no Brasil, pensando no que todos nós que fazemos política devemos pensar que é buscar unidade nas convergências. A entrada dele no partido dá um sinal claro de que é possível e que tem caminho e que o resultado (das eleições) de outubro não é apenas uma sucessão presidencial, mas é a capacidade que vamos ter de ter um país livre, harmônico, que respeite suas diferenças, suas minorias e que represente seu povo”, disse.

Representando as mulheres socialistas, a deputada federal Lídice da Mata (PSB-BA) saudou as novas filiadas ao partido e afirmou que a luta não terminará enquanto não houver paridade de gênero na política e garantia de direitos.

“Que as mulheres que entraram no PSB hoje cheguem com esperança de representar todas nós, nós que somos as mais atingidas pela pandemia, que estamos na base da pirâmide, especialmente mulheres negras, que lutamos todos os dias por nosso reconhecimento enquanto cidadãs, enquanto seres humanos, humilhadas, atacadas e discriminadas pelo racismo estrutural em nosso país. Hoje também estamos assumindo o compromisso com as mulheres socialistas, o compromisso de lutar pela inclusão das mulheres na economia, na sociedade, no combate ao racismo, na discriminação”, disse Lídice. Ela finalizou sua fala afirmando que vê com muita alegria o projeto de unir o Brasil para destruir eleitoralmente a extrema direita representada por Bolsonaro.

Para Gleisi Hoffmann, presidente nacional do PT, o ato de filiação de Geraldo Alckmin tem um “imenso significado para o futuro do Brasil” e para “encerrar esse tempo de sofrimento e de retrocessos”. “Nunca foi tão necessário somar forças e mobilizar energias em defesa do nosso país. Nós precisamos reacender a esperança no coração do povo brasileiro e é esse campo político presente aqui que tem essa responsabilidade. Eu tenho certeza de que esse grande movimento que se faz de unidade das diversas forças que defendem a democracia e a soberania vai ser muito relevante para fazermos esse enfrentamento e trazermos novamente o Brasil para as mãos do povo brasileiro”, afirmou.

O vice-governador do Maranhão, Carlos Brandão, também assinou a ficha de filiação ao PSB na manhã desta quarta. Brandão irá assumir o governo em breve, quando o governador Flávio Dino (PSB) se ausentar do cargo para concorrer ao Senado federal.

“Construímos em nosso mandato a maior rede de segurança alimentar do Brasil, o povo do Maranhão tem acesso a comida barata e de qualidade, isso é combate a fome, a educação se transformou, quando assumimos o governo, nosso Estado ocupava o 22° lugar no ranking nacional, hoje, estamos em 13°. Só em 2021 foram criadas 43 mil vagas de emprego formal, liderando os Estados do Nordeste. Mudamos a saúde, a infraestrutura, mudamos o jeito que o Brasil olha para o nosso Estado. Como diz Flávio Dino, “melhorou, mas ainda não é o ideal”, disse Brandão.

Em seu discurso, o senador Dário Berger afirmou ser uma honra e um orgulho ingressar nas fileiras do PSB. Ele foi prefeito de São José entre 1996 e 2004 e de Florianópolis entre 2005 até 2013. Nas eleições deste ano, irá disputar o governo de Santa Catarina.

“Nossa vida é feita de momentos de calmaria e de muita agitação. E há momentos em que nós somos chamados a assumir novos desafios, numa nova realidade. E eu sou movido a desafios. Ofereço uma vida pública de 28 anos, com seis eleições e seis vitórias consecutivas, o que me enche de alegria e de profunda emoção num momento como esse, de renovação, de encontrar novos parceiras, novas ideias, novos propósitos porque sou um democrata, que defendo a liberdade, a democracia, a justiça social, coisas que o PSB também sempre defendeu”, definiu.


Fonte: PSB nacional