Toda forma de vida é dependente do uso da água. Sendo um recurso natural limitado, dotado de valor econômico, tem seu acesso público garantido pela Lei das Águas (Lei Federal 9.433/1997) e em situações de escassez o uso prioritário é o consumo humano e a dessedentação de animais.
Hoje, cerca de 1,1 bilhão de pessoas no mundo já sofrem com a escassez e a falta da água potável. Em Candelária não é diferente, já falta água para consumo humano e também para os animais. Cerca de 300 famílias ficaram sem água neste verão, afetadas pela estiagem. Foram entregues pela Defesa Civil do município, mais de 800 mil litros de água, nas diversas localidades do nosso interior.
Entretanto, não podemos esquecer que a falta de água influencia e muito as atividades econômicas, como a agrícola e industrial. A conta de luz está mais cara? A verdura também? O que isso tem a ver com a falta de água? A resposta é simples: tudo!
Pois bem, cuidar da água é primordial, pois dela depende a sobrevivência das espécies e a vida no planeta. E quando pensamos em cuidar da água, nos vem primeiramente à necessidade de poupar: fechar a torneira ao escovar os dentes, tomar banho rápido, ensaboar toda a louça antes de enxaguar, não lavar calçadas, ficar atento aos vazamentos e não jogar óleo no ralo da cozinha, por exemplo. Incorporar essas ações na rotina, todos podem fazer de imediato e colaborar para a preservação desse bem que nos é tão essencial.
Mas somado a isso, é preciso refletir sobre o nosso consumo. Tudo que a gente compra necessita de água no processo de produção, seja a camiseta, ou seja, o plástico do pão. O consumo consciente, além de diminuir a geração de resíduos sólidos (“lixo”), ajuda a economizar água.
Além disso, é necessário destacar outras ações humanas que interferem no ciclo da água em seus mananciais, podemos citar: desmatamento, poluição, impermeabilização do solo nas cidades, superexploração dos aquíferos. Considerando que a falta de água está diretamente relacionada ao desmatamento (fonte: Greenpeace Brasil), é importante manter as florestas e a vegetação, nas áreas rurais e urbanas, garantindo a água, o clima ameno e a qualidade de vida.
O fato das nascentes que abastecem a população no interior estarem secando ligou o alerta do Executivo municipal. A busca de soluções é urgente para conter esse processo que, na ausência de vegetação é acelerado, pois ocorre a rápida evaporação, diminuindo a água disponível para captação e abastecimento da população.
Enfim, sem floresta não há água. As florestas são responsáveis pela existência e manutenção das nascentes, dos rios e de todos os cursos d’água. As árvores são importantes na dinâmica hídrica, pois funcionam como uma esponja, na época de chuva armazena água, na época da seca, liberam. Além disso, é preciso destacar seu papel no armazenamento de água no subsolo (lençol freático), porque atuam como zona de recarga do aquífero.
Em junho, será lançado pela municipalidade o programa de incentivo a recuperação das áreas de preservação permanente das nascentes, em parceria com o Conselho Municipal de Meio Ambiente. A compreensão e a atitude de cada um nesse contexto são fundamentais para superar o desafio, assim como a mobilização coletiva e conscientização da população para um uso mais regulado da água, o que indiretamente, traz a discussão sobre o uso dos outros recursos naturais.
Fonte: PMC