Pré-candidato ao governo do RS, Albuquerque se inspira na experiência de PE na educação

21/09/2021 (Atualizado em 21/09/2021 | 10:06)

Foto: Divulgação
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O pré-candidato socialista ao Governo do Rio Grande do Sul, Beto Albuquerque, esteve nesta semana, em Pernambuco, para aprofundar o conhecimento sobre a experiência da gestão estadual e municipal na educação, que tem alcançado, nos últimos anos, as melhores notas no Índice de Desenvolvimento Básico (Ideb) do Brasil.

O Estado, que ocupava em 2007 a 21º posição no ranking, registrou, ao longo de todas as edições posteriores, crescimento de quase 67%, o maior em relação às demais federações.

Além disso, hoje, Pernambuco é o Estado que possui a menor taxa de abandono escolar do país (1,5%) no Ensino Médio. Pela sétima vez, a educação pernambucana lidera o ranking de menor taxa de abandono escolar. O Estado permanece no primeiro lugar desde 2013, ou seja, têm mantido destaque nacional e, consequentemente, se consolidado como a escola da Rede Estadual mais atrativa do país.

Beto Albuquerque, que defende a educação como principal bandeira do projeto socialista para o Rio Grande, foi recebido pelo governador Paulo Câmara (PSB), pelo secretário de Educação, Marcelo Barros, pelo prefeito de Recife, João Campos (PSB), e pelo secretário de desenvolvimento, Sileno Guedes. Entre os compromissos da agenda, o socialista conheceu a escola de tempo integral Ageu Magalhães e o Compaz Eduardo Camós, no Alto Santa Terezinha, referências nacionais.

“Em 2011, Pernambuco celebrou o Pacto pela Educação no governo Eduardo Campos. É o conhecimento que faz o Estado crescer e se desenvolver. Hoje tem a maior rede de ensino de tempo integral em número de alunos e escolas”, destacou Beto em suas redes sociais.

A educação sempre foi, na verdade, uma bandeira do socialista ao longo de sua trajetória política. O ex-deputado acredita que a educação deve ser uma prioridade no Brasil e no Rio Grande do Sul para a redução das desigualdades.

 “Uma sociedade mais justa só é possível se as diferenças forem minimizadas e as chances de cada pessoa forem semelhantes. Mas de que forma podemos corrigir séculos de desigualdades? Uma das respostas é a educação de qualidade para todos”, afirmou.

Desigualdades avançam no RS 

Nesta mesma semana em que Beto acompanhou, in loco, parte da experiência pernambucana na educação, o painel de desigualdades educacionais no Brasil mostrou o Rio Grande do Sul com índices piores que a média nacional no ensino.

“Isso coloca a nu a realidade trágica e vergonhosa da educação no Estado”, afirma Beto. Os números confirmam o que venho dizendo desde o começo da minha pré-candidatura. Nós precisamos reerguer a educação que vem há muitos anos sendo tratada com desleixo por vários governos”, declarou o socialista.

Nas escolas estaduais do Rio Grande do Sul, por exemplo,  13% dos alunos matriculados nos anos iniciais não estão com a idade ideal, índice acima da média nacional, que é de 12,31%.

Já nos anos finais, a distorção de idade e série no Rio Grande do Sul é maior que a média nacional (25,56%), nas redes estadual (33,59%) e municipal (32,63%). O mesmo acontece no ensino médio do estado (33,42%) e do município (44,9%), com média bem acima do país (29,28%).

O abandono escolar no ensino médio nas escolas do Estado chega a 8%, enquanto o índice nacional supera 5%.

Em relação ao índice de reprovação escolar,  as escolas municipais e estaduais gaúchas também apresentam índices piores que a média nacional. Os piores resultados estão nas séries finais do ensino fundamental (13,84%) e no ensino médio (15,73%). A média nacional é de 8,97%. Já no ensino fundamental e estadual, esse índice chega a ser quase o dobro da média brasileira.

Em relação ao índice de reprovação no ensino médio, tanto a rede estadual quanto a municipal tem índices que superam 17%, enquanto a média nacional não chega a 10%.

Descaso 

“Vários governos vêm tratando a educação com descaso, sem valorização do professor, sem atualização das nossas escolas estaduais que não tem sequer qualquer tipo de tecnologia à disposição dos jovens. São escolas ultrapassadas, pouco atrativas, que provocam grandes evasões, repetências, e acaba formando um profissional no ensino médio absolutamente desconectado da nova realidade de empregos que começa a existir no país”, avaliou Beto.

O socialista defende  um salto de qualidade da formação de professores e alunos, e a transformação da escola em um ambiente de tecnologia. “Precisamos transformar nossa escola, que é precária hoje, que não tem tecnologia à disposição do aluno e do professor, que não é aprazível em seu ambiente, que é antiga, velha, que não se modernizou”, apontou.

“As nossas escolas estaduais não têm nenhuma tecnologia, não tem um laboratório que trabalhe habilidades nas áreas de ciências, física, matemática, química, tecnologia, ou na área de robótica, das startups, ou seja, nessas habilidades atuais cujo mercado de trabalho exige conhecimento de absorver mão de obra no momento”, declarou Beto.

Experiência pernambucana

Pernambuco possui  463, entre Escolas de Referência e Escolas Técnicas, que ofertam o regime integral no Ensino Médio. Estas unidades beneficiarão, em 2021, mais de 200 mil estudantes, alcançando 65% das vagas ofertadas no primeiro ano desta etapa de ensino. Hoje, Pernambuco, que já é a maior rede do Brasil de escolas em tempo integral nesta etapa de ensino, possui 62% destas vagas. O número supera a meta de 50% estabelecida pelo Plano Nacional de Educação para 2024.

“As escolas de Pernambuco têm laboratórios, visitei as escolas, vi a evolução. Claro que tem uma história de construção de dez anos, não é uma coisa do dia para a noite. Mas, um dia você tem que dizer, olha, eu vou reerguer a educação no Rio Grande do Sul, porque sem educação não há desenvolvimento”, afirmou Beto, em entrevista à Rádio Pelotas 13 horas.

“Pernambuco é um exemplo espetacular. As escolas são todas bem organizadas. O jovem entra às 7h30 sai às 17h, e fica lá, porque gosta de ficar lá. Ou seja, a evasão de 1,5% ao ano, demonstra que há contentamento tanto do professor quanto do aluno em estar na escola. Então você cria um ambiente de empregos mais qualificados, com salários mais altos e, portanto, é um retorno econômico muito grande quando você investe em educação”, defendeu.

Para Beto Albuquerque, o país e o Estado vive um período preocupante de desinvestimento na educação. Ele ressaltou que nenhum país do mundo encontrou desenvolvimento, importância histórica e protagonista nacional que não fosse pela educação.  “Esse negócio de empresário por herança vai acabando. Estados como o Rio Grande do Sul vão ficando para trás por darem costas, há muitos anos, à importância da educação estadual”, criticou.

Segundo o socialista, atualmente há 6 mil vagas não ocupadas no Rio Grande do Sul de empresas da área de tecnologia, apesar da alta de desempregos. “Por que? Por que para trabalhar nessas áreas que desenvolvem tecnologia, você precisa de um jovem mais bem preparado, que teve acesso, na escola, às habilidades dessa tecnologia”, afirmou.

“Se você não tem na escola um professor valorizado, um ensino qualificado e adequado à realidade, vamos formar gente limitada, só pra ganhar salário mínimo. Então, a gente tem que virar esse jogo”, finalizou.

Fonte: PSB nacional