Dia Internacional da Reciclagem

17/05/2021 (Atualizado em 17/05/2021 | 17:18)

Município de Passo Fundo apresenta avanços que favorecem trabalhadores e o meio ambiente

Fotos: Andressa Zorzetto
Fotos: Andressa Zorzetto

Além de contribuir com a preservação da natureza, a reciclagem é fonte de renda. Em Passo Fundo, cerca de 65 pessoas atuam nas cooperativas que possuem ​​​​contrato com o Município e incontáveis trabalhadores realizam o ofício por conta própria, obtendo o sustento de suas famílias a partir da comercialização dos materiais recicláveis encontrados.​

No Dia Internacional da Reciclagem, lembrado nesta segunda-feira (17), o prefeito, Pedro Almeida, destaca os avanços municipais que valorizam o trabalho dos recicladores e colaboram com o meio ambiente. “Uma das principais medidas adotadas pelo Município é o contrato com cooperativas. Desde 2017, a Prefeitura, por meio da Secretaria Municipal de Meio Ambiente, possui contrato com a Recibela, a Coama, a Arevi e a Cootraempo. Além de incentivar o trabalho dos cooperados, a ação busca ampliar a reciclagem e o reaproveitamento de materiais que seriam aterrados”, afirma.

A secretária de Meio Ambiente, Gabriela Engers, explica que o contrato com as cooperativas atende a um dispositivo da Política Nacional de Resíduos Sólidos e garante retorno aos cooperados. “Os contratos possibilitam fonte de renda digna e condições salubres de trabalho. Além dos cooperados, mais de 270 pessoas são beneficiadas indiretamente, uma vez que devemos considerar não só os trabalhadores inseridos nas cooperativas, mas também as famílias dos mesmos”, considera.

A cooperativa que conta com o maior número de trabalhadores é a Recibela, situada no interior da cidade. É para lá que vai tudo o que é recolhido nas residências pelos caminhões de coleta. São mais de 150 toneladas de resíduos sólidos recebidos diariamente e manejados por 40 cooperados. Esses materiais passam por um processo de separação e, enquanto os orgânicos são destinados para aterro, os recicláveis são selecionados por tipo, prensados e vendidos.

O coordenador de atividades da unidade, Nelson Cláudio de Ramos, destaca que o contrato com o Município possibilitou melhorias para a operacionalização diária. “Com esse incentivo, estamos evoluindo. Já conseguimos adquirir uma retroescavadeira, que facilitou o processo. O lixo chega no pavilhão e é descarregado pelos caminhões de coleta. A retroescavadeira pega as sacolas e joga elas na esteira para que façamos a separação”, explica.

A reciclagem é o processo de reaproveitamento do resíduo com mudanças em seus estados físico, físico-químico ou biológico, de modo a atribuir características para que se torne novamente matéria-prima ou produto. Com o trabalho dos cooperados, somente em 2021, já foram reaproveitadas cerca de 400 toneladas de resíduos recicláveis que, dessa forma, não foram encaminhadas para o aterro sanitário, em Victor Graeff. Esse número tende a ser muito maior se somado à quantidade de materiais apanhados pelos demais recicladores que não pertencem às entidades.

Conforme Nelson, apesar dos progressos vivenciados pelas cooperativas, ainda é necessário modificar o comportamento da população acerca dos resíduos e fomentar a separação do lixo já nas residências. “Os materiais recicláveis vendidos geram dinheiro aos recicladores, além de favorecer a preservação da natureza. Por isso, nós também queremos aproveitar esse momento para dizer às pessoas façam a classificação do orgânico e do reciclável”, considera.


E os resíduos que não podem ser descartados na lixeira comum?

Neste ano, o Município estabeleceu uma solução para o descarte de materiais volumosos ou que não podem ser colocados na lixeira comum: o Ecoponto Municipal. O espaço, localizado no Bairro Annes, junto à fábrica de tubos da Prefeitura, atende a uma demanda antiga e a um dispositivo do Plano Nacional de Resíduos Sólidos.

O prefeito, Pedro Almeida, enfatiza que a medida evita danos ao meio ambiente provocados pela destinação incorreta de resíduos e também ajuda as cooperativas de reciclagem, já que os materiais podem ser retirados. “A iniciativa tem produzido resultados satisfatórios. A população aderiu ao espaço, levando materiais que poderiam estar sendo lançados no meio ambiente. Já os recicladores das cooperativas têm acesso a eles para que possam comercializar e somar em renda”, pontua.

Após serem descartados no ecoponto, os resíduos são destinados para locais adequados. Restos de construção civil, galhos e móveis vão para a empresa contratada pelo Município para que realize o descarte correto. Já os materiais como papelão, plástico e óleo de cozinha ficam à disposição das cooperativas de reciclagem.

A Coama é uma das cooperativas que buscam os resíduos no Ecoponto. Para a presidente, Eva de Fátima Godoy de Chaves, o espaço tem impactado na geração de renda a todos os cooperados. “Foi uma iniciativa muito boa e que nos ajudou. A reciclagem é a renda que temos para manter a família. Com esse trabalho, eu construí a minha casa”, conta.

De janeiro até agora, o Ecoponto já recebeu mais de 5,3 toneladas de recicláveis.



Fonte: PMPF