Marcha do Silencio: milhares exigem o destino e paradeiro de desaparecidos políticos uruguaios

23/05/2022 (Atualizado em 23/05/2022 | 17:45)

Fotos dos desaparecidos foram projetadas em edifícios da capital uruguaia. Foto AFP
Fotos dos desaparecidos foram projetadas em edifícios da capital uruguaia. Foto AFP

Depois de ser interrompida por dois anos devido a pandemia, "um mar de gente" voltou a inudar as ruas de Montevideo, no Uruguai, para recordar as pessoas desaparecidas na ditadura militar (1973-1985) e exigir ações para conhecer o destino de cada um deles.

Com atitude solene e portando cartazes com o rosto das 197 vítimas do regime autoritário uruguaio que ainda não se sabe e nem conhecem seu destino e nem restos mortais, dezena de milhares de uruguaios percorreram as principais ruas e avenidas da capital do país na passeata conhecida como Marcha del Silencio.

"¿Dónde están? La verdad sigue secuestrada. Es responsabilidad del Estado", indagava una gigantesca faixa na frente da passeata que sempre esteve protegida por uam cadeia humana.

"Existe gente viva que esteve com os sequestrados e ainda hoje não quer dizer a verdade. Nós queremos saber a verdade e que se faça justiça", disse a agência AFP, Chela Fontora, da Associação de Ex-Presos Políticos Crisol. A ativista de 75 anos segurava um cartaz com a foto de uma mulher "vítima de fuzilamento" celebrou que, a cada ano, mais jovens se unem a manifestação.

Além da marcha, fotos dos desaparecidos foram projetadas nos principais edifícios e prédios da capital uruguaia em um emocionante protesto contra o autoritarismo militar impulsionado pelos EUA que tomou conta da América latina nos anos 60 e 70 do século passado.

Ao contrário do Brasil que anistiou os militares envolvidos na repreensão política, Uruguai, Argentina e Chile exigem respostas e judicializaram como crimes contra a humanidade a tortura e morte de opositores das ditaduras militares dos anos 60 e 70 no continente.

Fonte: AFP e DW.


Montevideo parou para assistir a Marcha del Silencio, quando milhares de pessoas exigiram conhecer o destino e localização dos quase 200 ativistas políticos ainda desaparecidos no país. (foto AFP)


Fonte: Assessoria de Comunicação do PSB-RS (tradução)