Ministério da Saúde na luta contra vacinas da covid-19

19/01/2022 (Atualizado em 19/01/2022 | 13:33)

Doses de vacinas pediátricas da Pfizer chegam a Santa Catarina em caixa de papelão com gelo – Arquivo pessoal via Folha
Doses de vacinas pediátricas da Pfizer chegam a Santa Catarina em caixa de papelão com gelo – Arquivo pessoal via Folha


O governo negacionismo de Jair Bolsonaro tem feito o que pode para atrapalhar a vacinação contra a covid-19, especialmente, das crianças. São mentiras propagadas e falhas injustificáveis na logística de distribuição dos imunizantes pelo Ministério da Saúde, que tem sua vasta experiência reconhecida no mundo todo, que têm marcado a falta de proteção das crianças contra a doença.

Após afirmar à Folha que existem 4 mil mortes relacionadas à vacina contra a covid, o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, voltou atrás.

Afirmou que são casos em investigação em um universo de 325,71 milhões de vacinas aplicadas. Boletim epidemiológico da pasta publicado em novembro de 2021, indicava 11 mortes relacionadas às reações das vacinas.

A população, contudo, tem dado mostras de confiar na ciência e reconhecer a importância da imunização. Pesquisa DataFolha divulgada esta semana mostra que 79% dos brasileiros apoiam a vacinação infantil e 81% são a favor do passaporte da vacina.

O líder da Oposição, Alessandro Molon (PSB-RJ), que testou positivo para a covid e está em isolamento com sintomas leves, reforçou que a luta contra o boicote do governo segue firme.

Caos logístico

Em outra frente, o Ministério da Saúde quis mudar o padrão no processo de entrega das vacinas aos estados. Mais que isso, indicou que a pasta deixaria doses pediátricas na metade do caminho, segundo a Folha. O que gerou confusão.

Para o senador Randolfe Rodrigues (Redes-AP) o governo sabota a vacinação.

Em nota, a pasta admitiu à Folha que, na confusão, superintendências do ministério foram mobilizadas para o transporte e isso “acarretou um desencontro”.

A escolha da empresa para fazer o transporte das vacinas, a IBL, também evidencia a postura antivacina do governo.

Contratou sem licitação uma empresa sem experiência no Sistema Único de Saúde (SUS) e que só transportou vacinas em um serviço prestado para uma empresa particular.

São dois contratos, que totalizam R$ 62,2 milhões, para armazenar e distribuir a vacina da Pfizer destinada à imunização de crianças e adolescentes.

O resultado foi atraso em entregas e condições inadequadas de armazenamento e transporte de doses.

Os contratos para as vacinas envolvem 16,6 milhões de frascos, que devem ser armazenados e transportados numa temperatura entre -90ºC e -60ºC. Mas há relatos de doses entregues em caixas de papelão com gelo.

Já os estados teriam sido informados pelo ministério que as secretarias de Saúde deveriam prosseguir com a logística das vacinas até as redes frias. Informação confirmada por gestores ao jornal.

O que difere da prática padrão da pasta em que a empresa responsável tem a atribuição de concluir o deslocamento das doses dos aeroportos aos centros de armazenamento nas capitais, até pela necessidade de tratamento especial dos imunizantes.

Ministério tenta culpar estados

O ministério negou a mudança e tentou culpar os estados.

Disse que secretarias estaduais de Saúde se mobilizaram para fazer o transporte das doses dos aeroportos aos depósitos.

Diante do aviso repassado por representante do ministério, logo no começo da distribuição das doses, autoridades locais de saúde, no entanto, fizeram contato imediato com a nova empresa contratada, a IBL (Intermodal Brasil Logística).
O temor dessas autoridades era que as vacinas pudessem se perder em razão da interrupção da cadeia de transporte.

O apelo surtiu efeito em pelo menos dois casos e os imunizantes foram transportados até as redes de frios de centrais de armazenamento.

“As vacinas chegam em Viracopos [aeroporto em Campinas] e são encaminhadas até o centro de distribuição em Guarulhos [aeroporto em São Paulo]. Lá são armazenadas e inicia-se o processo de preparação da carga para que a IBL envie às secretarias, até cada secretaria de Saúde”, afirmou a IBL, em nota.

A empresa que até o momento entrega as demais vacinas contra a covid-19, a VTCLog, é obrigada a entregar as os imunizantes nos locais indicados pelas secretarias de Saúde de cada estado.

Com informações da Folha

Fonte: Socialismo Criativo