Com a força das Mulheres Socialistas, PSB discute possibilidade de voto distrital em 2022

25/05/2021 (Atualizado em 26/05/2021 | 10:29)

A live contou com a participação do presidente do PSB RS, Mário Bruck

Uma live no Facebook, com socialistas do Paraná e do Rio Grande do Sul, na semana passada, mostrou que os dois estados estão em sintonia absoluta em uma das questões que pode provocar mudanças profundas no próximo pleito eleitoral: o voto distrital, também conhecido como distritão, sistema eleitoral de maioria simples que, na prática, reduz a fidelidade partidária.

Atualmente, as eleições no Brasil são no modelo proporcional: é feita a contagem dos votos e, proporcionalmente, cada partido ocupa a quantidade de cadeiras proporcional aos votos que teve – os mais votados dentro do partido ficam com as vagas. O sistema vale para vereadores e deputados estaduais e federais. Parte do Congresso quer que, em 2022, esse sistema seja alterado pelo Distritão, no qual os candidatos com mais votos são eleitos, independentemente de partido.

“A votação do sistema eleitoral já está na Câmara dos Deputados e vai afetar diretamente a próxima eleição”, lembra a secretária estadual das Mulheres Socialistas do PSB RS, Maria Luiza Loose, uma das mediadoras do evento. “A luta do PSB e das forças progressistas é para que não seja aprovado o Distritão”, completou a secretária estadual das Mulheres Socialistas do PSB PR, Maria Ezi, que ao lado de Malu, conduziu a live.

Além das duas, a reunião virtual contou com a participação da secretária nacional das Mulheres Socialistas, Dora Pires, e dos presidentes regionais do partido no Paraná, Severino Araújo, e do Rio Grande do Sul, Mário Bruck. A ação alcançou mais de mil espectadores.

“Há uma corrente retrograda que quer emplacar o distritão, o que acabaria com a representatividade partidária e tira também a representatividade das minorias”, analisa Bruck. “Concordo plenamente, pois esse distritão é uma das coisas mais atrasadas que já vi e não traz qualquer contribuição ao país”, completou Araújo.

Bruck se disse favorável ao sistema distrital misto adotado em países como a Alemanha. Ele proporciona que metade dos eleitos sejam oriundos do sistema distrital e, os outros 50%, fiquem com a vaga numa lista pré-ordenada pelos partidos. Esse sistema permite que o partido seja dono do mandato. “Não sendo possível esse modelo, que permaneça o proporcional”, sentenciou o presidente do PSB RS

Dora Pires lembrou que o sistema atual “é democrático e valoriza a coesão partidária” e considera que o distritão enfraquece os partidos. “E, ao enfraquecer os partidos, enfraquece também a democracia”, acrescentou. Para a socialista, o distritão pode ser ainda pior para as mulheres. “Os partidos são predominantemente masculinos, e ninguém dá espaço de graça. Uma mulher que entra significa um homem que sai. A gente ainda tem muito o que lutar para poder aumentar nosso espaço nos partidos e nos espaços públicos”, analisou Dora.

Também contrária à mudança de sistema, Malu lembrou que uma medida que poderia trazer benefícios ao sistema é o limite de eleições por pessoa – nos moldes do que já ocorre nas eleições majoritárias, com possibilidade de uma única reeleição. “A partir do momento que se restringe o número de pessoas, menos se oxigena. Há estudos que mostram que uma pessoa produz bem, no mesmo cenário, por cerca de seis ou oito anos. Depois, a tendência é cair. Depois, que se dê lugar a outras pessoas, com novas ideias”, explicou.


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Fonte: Ascom PSB RS