Brasileiros priorizam redes sociais para informações sobre a Covid-19

20/05/2021 (Atualizado em 20/05/2021 | 11:07)

Foto: Getty images
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As redes sociais são fonte de informação central sobre a pandemia da Covid-19 no Brasil. Os dados foram divulgados pelo Facebook IQ, que revela que já passa dos 66% o percentual da população que busca informações sobre o vírus por aplicativos como Facebook, Messenger, Instagram e Whatsapp. Esse número representa o aumento de 14 pontos percentuais em relação a maio de 2020.

A pesquisa foi divulgada na terça-feira (18) e ouviu, em abril desse ano, 600 usuários de internet com mais de 16 anos em todas as regiões do país.

Redes sociais perdem só para TV aberta

O estudo divulgado indica que as redes sociais perdem apenas para a TV aberta no que diz respeito às informações recebidas sobre a pandemia, que foi citada por 67% do público. Considerando a diferença da inserção da TV aberta em relação ao acesso à internet no Brasil, o número, que caiu 3 pontos percentuais desde maio de 2020, é baixo.

Os portais de notícias também perderam espaço. Apenas 52% dos entrevistados escolhem os jornais virtuais como fonte de informações sobre a pandemia, representando uma queda de 19 pontos percentuais em relação ao mesmo período de 2020. Essa queda, segundo o líder de Insights do Facebook IQ, Fabrício Fudissaku, essa queda se dá pela mudança no comportamento da população, que está buscando informações de forma menos ativa e mais passiva. 

“Quando você busca no site ou no portal, é uma busca ativa. Ou seja, eu estou interessado em um tema e vou atrás dessa informação, ao contrário dos outros meios. Isso explica um pouco essa queda. Há uma saturação, e as pessoas estão deixando de fazer uma busca proativa.”
Fabrício Fudissaku

Facilitação de fake news

Com a preferência da população em receber informações por meio de redes sociais, a disseminação de fake news encontra pouca resistência. A tendência a absorver informações sem checar as fontes e a desconfiança em relação ao jornalismo tradicional somadas à ostensiva criação de fake news por gabinetes especializados tem criado um cenário preocupante e até mortal.

Estudo publicado no American Journal of Tropical Medicine and Hygiene afirma que ao menos 800 pessoas morreram ao redor do mundo por causa de informações falsas relacionadas à pandemia de Covid-19 nos três primeiros meses de 2021. Muitas delas morreram após ingerir metanol ou produtos de limpeza à base de álcool por acreditarem que esses produtos poderiam combater o vírus também internamente.

Outras 5,8 mil pessoas deram entrada em hospitais por informações falsas recebidas em redes sociais. Os pesquisadores analisaram 2.311 registros de boatos, estigmas e teorias conspiratórias em 87 países. Quase 25% eram ligados à doença, transmissão e mortalidade e 21%, a tratamentos e curas que não funcionam. 

No Brasil, pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP) em parceria com colegas da Columbia University (Estados Unidos), encontraram um “enorme cardápio de desinformação”, que vai desde a defesa do isolamento vertical até o uso de cloroquina e de vermífugo para prevenir a doença, e apontam que esse comportamento é responsável pela dificuldade do Brasil no enfrentamento da pandemia, e por ser um dos países com menor sucesso para achatar a curva epidêmica.

Comportamento na pandemia

A pesquisa também revelou que o período da pandemia trouxe mudança de hábitos de consumo. Do total, 58% disseram que usam aplicativos de entrega de comida ao menos uma vez por semana, enquanto 44% que aderiram a aplicativos de transporte ao menos uma vez por semana. Existe também uma tendência de crescimento das compras pela internet, em que 65% disseram que vão comprar mais por aplicativos após o fim da pandemia. 

Fonte: Socialismo Criativo - Com informações de Olhar Digital e O Vale