Brasileira Ângela Olinto recebe mesma distinção que Albert Einstein

18/05/2021 (Atualizado em 18/05/2021 | 10:57)

Foto: Reprodução/Universidade de Chicago
Foto: Reprodução/Universidade de Chicago

Angela Villela Olinto é uma cientista brasileira que passou a fazer parte de um hall muito seleto: a Academia Americana de Artes e Ciências. Ao tornar-se membro da instituição, a física está ao lado de nomes como Albert Einstein, Martin Luther King, Nelson Mandela, Charles Darwin e outros gigantes da história mundial.

Na mesma semana, Ângela passou a integrar a histórica Academia Nacional de Ciências (NAS), criada por Abraham Lincoln em 1863. Ela é uma das especialistas mais respeitadas em física de astropartículas e trabalha em parceria com a Nasa. É reitora da Divisão de Ciências Físicas e Matemáticas da Universidade de Chicago (EUA). Formada em Física pela Pontifícia Universidade Católica (PUC) do Rio de Janeiro e doutora em Física pelo Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT).

“É uma imensa honra ser membro de uma destas duas instituições históricas, as academias mais importantes na ciência nos EUA. Sou privilegiada por ter seguido perguntas inspiradoras sobre o nosso universo, e ter construído parcerias e colaborações brilhantes no caminho. É uma grande alegria ser reconhecida pelos meus colegas cientistas, especialmente em um ano tão desafiador.”
Angela Villela Olinto

Ângela incentiva mais mulheres na ciência

Ângela incentiva as mulheres que se sentirem inspiradas por sua trajetória: “A beleza da ciência, como da arte, é, ou deveria ser, acessível a todos nós. Se esta beleza lhe inspirar, não deixe ninguém dizer que não é para mulheres. Leia, estude, aprenda com sinceridade e tenha respeito pela beleza complexa da área que escolher”.

O segredo é confiar em si mesma. “Seguindo a sua intuição, dedicação e convicção, você pode ir muito longe. Como numa escalada, se focar no caminho a frente, quando chegar no alto pode olhar para trás com orgulho da escalada cumprida”, encoraja a cientista.

Contribuições ao longo da carreira

A cientista brasileira construiu uma carreira de muito sucesso, com importantes contribuições teóricas e experimentais sobre astropartículas. Conduziu pesquisas sobre o estudo da estrutura das estrelas de nêutrons, teoria inflacionária, origem e evolução dos campos magnéticos cósmicos, natureza da matéria escura e a origem das partículas cósmicas de maior energia: raios cósmicos, raios gama e neutrinos.

Em conjunto com a Nasa, ela é a responsável por diversos projetos, entre eles o EUSO-SPB (Observatório espacial do universo em um balão de superpressão). O projeto consiste em um balão de alta pressão que viaja numa altitude de 33 quilômetros para detectar raios cósmicos de ultra alta energia. A previsão de decolagem é para 2023.

Outro projeto do qual Ângela participa é a futura missão espacial chamada POEMMA (“Sonda dos multi-mensageiros astrofísicos extremos”). Se aprovada para construção e voo, a missão espacial ocorrerá até o fim desta década.

O que é a física das astropartículas

A física das astropartículas é a junção interdisciplinar entre a astrofísica e a física de partículas para entender melhor as leis fundamentais da natureza. As astropartículas compõem ou interagem com a matéria, como os núcleos atômicos e os neutrinos, que vêm de fontes astrofísicas distantes do sistema solar. As possíveis fontes das astropartículas incluem buracos negros supermassivos, galáxias com formação intensa de estrelas, estrelas dissociadas por buracos negros e colisões que produzem ondas gravitacionais.

Fonte: Socialismo Criativo - Com informações do Olhar Digital