Economia criativa perde quase 460 mil postos de trabalho em 2020

20/04/2021 (Atualizado em 20/04/2021 | 17:19)

reprodução internet
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A economia criativa perdeu 458 mil postos de trabalho formais e informais entre 2019 e 2020 pelo impacto causado pela pandemia da Covid-19. Os dados são do Observatório Itaú Cultural, ferramenta que monitora a evolução econômica da indústria criativa no Brasil. Neste levantamento foram utilizados dados da Pnad Contínua, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Os dados mostram que no 4º trimestre de 2019, havia 7.137.912 indivíduos trabalhando no segmento. No 4º trimestre de 2020, o número havia caído para 6.679.994, uma retração de 6,4%.

Entre os trabalhadores criativos incorporados por outros setores da economia (um designer que trabalha para uma indústria automobilística, por exemplo), a queda foi de 4,1%. No 4º trimestre de 2019, havia 1.854.951 postos de trabalho nesse estrato. No 4º trimestre de 2020, o número caiu para 1.778.690.

No caso de pessoal de apoio (um contador que presta serviços para empresas ou indivíduos da economia criativa, por exemplo), a queda foi de 14,8%: de 2.540.624 para 2.164.134 postos de trabalho. Já os trabalhadores especializados em atividades de economia criativa, que atuam no setor de origem (designers, roteiristas, escritores, arquitetos, artistas etc.), houve relativa estabilidade no número de postos de trabalho regulares, que passaram de 2.742.336 para 2.737.170.

A queda no número de postos de trabalho afetou mais fortemente os trabalhadores informais (trabalhadores sem carteira assinada e profissionais empregadores ou conta-própria sem cadastro formal de CNPJ) do que os trabalhadores formais (aqueles com carteira assinada, servidores públicos e profissionais empregadores ou conta-própria com cadastro formal de CNPJ).

No caso dos informais, havia 2.838.385 postos de trabalho na economia criativa no 4º trimestre de 2019. O número caiu para 2.525.900 postos no 4º trimestre de 2020, consolidando queda de 11%.

Entre os trabalhadores formais, a retração foi menor em virtude das políticas de proteção ao emprego implementadas durante a pandemia, que permitiram a diminuição de carga horária e a suspensão temporária de contratos de trabalho, protegendo trabalhadores de possível desligamento. Segundo dados da Pnad Contínua, no 4º trimestre de 2019 eram 4.299.526 postos de trabalho formais na economia criativa. No mesmo período em 2020, foram 4.154.094, uma retração de 3,4%.

Sob o recorte de gênero na economia criativa, observamos que as repercussões da pandemia não alteraram de forma significativa a configuração existente em 2019. A participação das mulheres no mercado de trabalho segue sendo maioria apenas entre os trabalhadores especializados.

Analisando pela perspectiva da formalidade, também é possível constatar que as mulheres seguem representando cerca de 60% do mercado de trabalho informal da economia criativa. Entre o 4º trimestre de 2019 e o mesmo trimestre de 2020, a participação dos homens apresentou aumento mais significativo no segmento dos trabalhadores de apoio, passando de 52% para 56% do total de ocupados desse grupo.

Confira a pesquisa completa aqui.

Fonte: Socialismo Criativo