Deputada Liziane participa da primeira audiência da Comissão Especial da Segurança Pública 

07/02/2017 (Atualizado em 07/02/2017 | 14:37)

Liziane Bayer é deputada estadual pelo PSB
Liziane Bayer é deputada estadual pelo PSB

A deputada estadual Liziane Bayer (PSB) participou da primeira audiência pública da Comissão Especial da Segurança Pública, realizada na tarde desta segunda-feira (6), onde o secretário de Segurança Pública, Cézar Schirmer, afirmou que a crise do setor não está restrita ao Rio Grande do Sul, mas representa um desafio para o Brasil inteiro. “Nos últimos cinco anos, o número de homicídios no Brasil superou o número de mortes na guerra da Síria no mesmo período. O número de roubo de veículos passou de 500 mil por ano e os estupros denunciados chegam a 40 mil anualmente”, enumerou.

Não é possível, na sua visão, enfrentar o problema apenas com soluções locais, ignorando a realidade nacional e o fato de que instrumentos importantes para enfrentar o avanço da criminalidade são de responsabilidade federal, como a legislação penal e a atribuição de patrulhar as fronteiras, por onde entram drogas e armas.

O secretário afirmou ainda que o desprezo por conceitos civilizatórios e a permissividade fomentam a violência. “Não podemos reduzir o problema à falta de pessoal, embora os recursos humanos sejam fundamentais. Precisamos nos debruçar sobre os demais aspectos do problema”, recomendou.

Ele revelou que, em 2016, seis de dez indicadores de criminalidade melhoraram, três pioram e um permaneceu estável, mas reconheceu que os números absolutos são assustadores. Os homicídios, crimes de maior repercussão, conforme Schirmer, estão em mais de 80% dos casos associados ao tráfico de drogas. “Seja em função do roubo para assegurar o consumo ou em decorrência do enfrentamento das facções, a grande maioria dos homicídios está ligada a esta cadeia criminosa que está acabando com o País”, acredita.

Gestão

Há quatro meses a frente da Secretaria de Segurança Pública, Schirmer afirmou que priorizou a gestão, procurando “fazer mais com menos”. Neste período, reduziu de dez para cinco o número de departamentos e de 34 para 20 o número de divisões da pasta. Além disso, está assegurando a volta dos servidores do setor para as atividades fins, a parceria com outros órgãos públicos e investindo em inteligência e tecnologia para enfrentar a criminalidade. Lembrou também que, pela primeira vez, o Exército está colaborando com o Rio Grande do Sul em ações que não se restringem a eventos e que, na próxima sexta-feira (10), o ministro da Justiça, Alexandere de Moraes, estará em Porto Alegre para anunciar um plano nacional voltado para o Estado. 

Bateria de questões

Depois de sua explanação inicial, o secretário respondeu a uma bateria de questões apresentadas pelos parlamentares que acompanharam a audiência. Temas como crise do sistema prisional, investimentos em segurança e recomposição dos efetivos das corporações foram levantados pelos deputados.

O relator da Comissão Especial, deputado Vilmar Zanchin (PMDB), pediu informações sobre o andamento das tratativas para a construção de um presídio federal no Rio Grande do Sul. E o presidente da Comissão, Ronaldo Santini (PTB), solicitou esclarecimentos sobre interligação do sistema de videomonitoramento e de consultas com as guardas municipais e sobre o uso de tecnologia no combate ao crime organizado. Sugeriu a aquisição de escâneres de veículos para coibir o tráfico.

A próxima audiência da Comissão Especial ocorrerá no dia 13 de fevereiro e abordará o sistema prisional.

 

Com Agência de Notícias da ALRS/ Foto: Elaine Martins

Fonte: Assessoria