Quando o site do PSB começou a série de entrevistas com líderes de órgãos estatutários do partido, em dezembro de 2019, Elói Frizzo era o representante estadual do Movimento Popular Socialista (MPS-RS) e vereador em Caxias. Um mês depois, ele segue à frente com força total em seu segmento, porém responde agora como vice-prefeito de Caxias do Sul.
Seu desafio é imenso: ajudar a dar novos rumos na política social e economia da segunda maior cidade do Estado. Mas nem por isso ele se afasta de sua base, o MPS. Acompanhe:
PSB - Qual foi o principal desafio do movimento em 2019? E
para 2020?
Frizzo – Basicamente, em 2019 foi ampliar nossa presença nos
movimentos sociais e ter participação mais ativa nas discussões internas do partido,
especialmente na questão da autorreforma, algo muito importante, inclusive para
o futuro do nosso partido. E também sem duvida a prioridade absoluta sempre é ampliar o número de militantes do MPS e que
eles tenham a compreensão da importância que têm para o partido se oxigenar,
buscar novas lideranças, além de acompanhar
as entidades nas quais participamos ativamente, como Fracab, União de Bairros
e várias associações de moradores, movimentos sociais na luta pelo direito à moradia
e contra o desemprego. Para 2020, o ideal é prosseguir nessa jornada. Estamos
vivendo momento sui generes no país de ascensão da direita, com a vitória do Bolsonaro
e de medidas cada vez mais restritivas no ponto de vista da organização, retirando
direitos fundamentais, na área trabalhista e na questão democrática como um
todo. A gente tem de estar muito atento e cumprir esse papel.
PSB – E como está a estrutura do segmento atualmente?
Frizzo – O MPS está organizado em mais de 30 cidades do Rio
Grande do Sul, tem uma forte presença na região da Serra. Estamos tentando
reestruturar o segmento, especialmente
na Capital, na medida em que estamos com problemas de organização. Mas a partir
da nossa inserção, principalmente em entidades como a Fracab, estamos vendo a
possibilidade de puxar para dentro do segmento cada vez mais lideranças destacadas
no movimento popular. Dou uma importância muito grande para Porto Alegre. Se o
MPS não estiver muito bem organizado na Capital, não adianta estar organizado no restante do Estado, pois Porto Alegre é a
caixa de ressonância das coisas que acontecem no nosso Estado. Temos de estar presentes
no movimento comunitário, disputar eleições na Uampa e assim por diante,
participar das mobilizações que acontecem na Capital e, especialmente este ano,
ter presença forte no processo eleitoral
em todo o Estado, elegendo vereadores vinculados ao nosso segmento. É o nosso
compromisso.
PSB – Vivemos um momento de muitos retrocessos. Como o MPS
pode contribuir para que o campo progressista não perca espaço?
Frizzo – Acima de tudo, lutando pela unidade do campo
popular e democrático, e a gente pode cumprir um papel importante nesse
aspecto. Mas também aqueles que ocupam espaços nos parlamentos e entidades
representativas da sociedade cada vez se manifestarem de forma mais
consequente. Nós vivemos um momento grande de imobilismo durante os governos da
frente popular, especialmente comandados pelo PT, onde praticamente se levou
essas lideranças todas para dentro do governo, o movimento parou de ter voz própria
e passou a ser caudatário das ações do governo. Lamentavelmente, o movimento
perdeu muito de sua independência. Eu vejo como um momento rico agora de
reconstrução de todo esse processo de independência. E que a gente nunca mais
cometa esses mesmos erros. Uma coisa é ser governo, outra é estar em um movimento
social.
PSB – Como é possível inserir mais pessoas das comunidades
na política?
Frizzo – A gente tem de ser ousado. Nossas lideranças tem de
ir para cima das principais lideranças de movimentos populares, aquelas pessoas
que estão dia a dia na luta por suas comunidades, lutando por direito à habitação,
creche, água, saúde e segurança. Ali que aparecem o que a chama de os melhores
filhos do povo. E não custa convidar essas pessoas a ingressarem no Partido Socialista
Brasileiro. E se organizarem de forma
mais partidarizada, com o PSB sendo o farol para orientar as pessoas de
como seguir. Para isso, é preciso ser criativo.
PSB – Por favor, cite algumas conquistas recentes do MPS
Frizzo – No ano de 2019, foi bastante importante a gente manter
o controle político de várias entidades pelo nosso Estado, e a ampliação da
nossa presença em um grande número de cidades, através da nossa participação,
principalmente na Fracab, a ligação direta com o MPS nacional, com a presença
cada vez mais fortes em vários estados. Não tenho dúvida alguma de que hoje o
MPS é o principal segmento organizado do Partido Socialista Brasileiro e ocupa espaço
importantíssimo na organização e mobilização e na mossa presença, enquanto
socialistas, na luta social.
Fonte: Comunicação/PSB RS Foto: Maiara Zanatta Gallon/Divulgação